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Circuito Macizo Paine - Uma Imersão Pela Patagônia Chilena

Circuito Macizo Paine - Uma Imersão Pela Patagônia Chilena

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PATAGÔNIA CHILENA: CIRCUITO O (MACIZO PAINE) EM TORRES DEL PAINE


O que você imagina quando pensa na Patagônia? Isolamento? Glaciares? Lagos turquesa? O encontro deslumbrante com a natureza em meio aos lagos, picos montanhosos cheios de gelo, imensos glaciares e clima extremo é uma viagem pelo tempo e história de nosso mundo. A Patagônia é o lugar que revela o quão especial e poderosa a natureza é.

Se você busca cenários intocados pelo homem, aventura e imersão em uma expedição contemplativa, o Circuito O em Torres del Paine é a escolha certa.

 

PARQUE TORRES DEL PAINE  

 

O Parque Nacional Torres del Paine está localizado na Patagônia Chilena tendo sua porta de entrada na cidade de Puerto Natales, é um dos parques mais visitados do mundo e te digo o porquê. Além de unir todas as características mais acentuadas da Patagônia no mesmo lugar, por lá você irá encontrar atividades para todos os gostos e idades.

Você pode visitar o parque e se aventurar pelas intermináveis trilhas ou passear de carro para observar Pumas, Huemul e Guanacos. Você poderá andar de caiaque ou fazer uma navegação até o Glaciar Grey e até mesmo uma linda cavalgada.

Ao falar de acomodação o céu é o limite! Você pode se juntar às centenas de caminhantes que levam suas próprias barracas e acampam, também pode alugar barracas já montadas, dormir em refúgios, domos, cabanas e até mesmo se hospedar em incríveis hotéis de luxo. Tudo tem seu preço.

VALORES TORRES DEL PAINE E RESERVA CIRCUITO O (MACIZO PAINE)

O Parque tem uma excelente infraestrutura, trilhas autoguiadas e pegam pesado na conservação. Repito, esse é um dos parques mais visitados do mundo e seu custo não é um dos mais baratos.

INGRESSO
Até 3 Dias: USD 40
Mais de 3 Dias: USD 55
Dica: Ao comprar os ingressos em Puerto Natales ou na portaria do parque e pagar em pesos chilenos, sai mais em conta
 

CIRCUITO O - MACIZO PAINE


Se você está pensando em fazer o Circuito O, peço que leia com atenção o que vou te contar agora, essas eram dúvidas que eu tinha e tenho certeza que vão te ajudar. Em 2018 fizemos o Circuito W e voltamos agora para realizar o Circuito O, então posso dizer que aprendemos algumas lições importantes.

Diferente do Circuito W, que você pode escolher fazer o trajeto clássico ou começar por ele invertido, o Circuito O caminha apenas para uma direção anti-horária.

O Circuito O é bem menos frequentado, proporcionando uma imersão única, no entanto a partir do Refúgio Grey, ele entra no mesmo trajeto que o Circuito W e a partir daí as acomodações, pontos de acampamento e etc ficam extremamente concorridos.

Então a antecipação é a chave para tudo dar certo, recomendamos que você faça sua reserva com o mínimo de 6 meses de antecedência, mas se puder fazer com ainda mais tempo, melhor.

"Ah, mas se eu tentar fazer as reservas com menos tempo de antecedência, o que acontece?" 

Desde 2018 nós falamos de Torres del Paine em nossas redes e incentivamos amigos a fazer os circuitos e desde lá, não conheço uma pessoa que teve sucesso em realizar as reservas da forma que queria e muitos outros não conseguiram nem as acomodações mais caras, impossibilitando a viagem.

"Ah, e se eu for sem reserva e tentar direto no parque?"

Você precisa saber dessa informação: O Parque não é responsável pelas acomodações. Quem cuida disso são duas agências diferentes chamadas Vertice e o Las Torres. Cada uma dessas agências gerencia uma parte do parque e elas não se comunicam entre si, o que torna o processo de reserva um verdadeiro quebra-cabeça. Você até pode tentar conversar na administração de cada uma delas direto no parque, mas eu não apostaria nisso.

Durante o circuito você obrigatoriamente passa por vários pontos onde os Guarda-Parque fazem uma vistoria e eles pedem a reserva do camping/acomodação. Se você não apresentar, eles vão te fazer voltar. Te digo que os guarda-parque de Torres del Paine são bem duros e não vão hesitar em te banir do parque.

PASSO A PASSO RESERVA CIRCUITO O

Vamos lá amigos, preparem-se para a avalanche de informação! Eu me esforcei muito para tentar simplificar o máximo possível e também mostrar a vocês porque o valor do Circuito O pode ficar em algo entre USD 200 a USD 1.000 por pessoa ou mais.

PASSO 1: Entendendo o Circuito O
 
DISTÂNCIA: 146km
Dias de Caminhada: 8 Dias e 7 Noites
Desnível Total: 5.400m
Hospedagens: 7 Refúgios, 9 Acampamentos (Sendo 2 Públicos gerenciados pela CONAF que há 2 anos estão desativados, precisa verificar a situação no site deles e os demais são privados gerenciados entre o Vértice e o Las Torres.)
 
Importante: Você deverá escolher fazer a Base das Torres no primeiro ou no último dia, tenha isso em mente para ajudar nos agendamentos e ter mais opções de datas.

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PASSO 2: SITES DE AGENDAMENTO

Você irá abrir os sites de agendamento das duas agências responsáveis

PRIMEIRO: LAS TORRES: https://lastorres.com/en/


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NOTAS IMPORTANTES SOBRE O LAS TORRES:

  1. Para fazer a Base Torres, o ideal é ficar no Camping Chileno, que é o mais próximo da base, no entanto ele é mega concorrido. As duas vezes que fomos, saímos do Central porque o Chileno estava cheio, adicionando umas quatro horas de caminhada no trajeto ida e volta.
  2. O Sector Cuernos e Sector Francês definem uma parte importante em seu planejamento. Você pode escolher ficar em um dos dois, ou dividir essa parte da caminhada em dois dias.

 

SEGUNDO: VÉRTICE: https://www.vertice.travel/

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VALORES DO CIRCUITO:


Os valores aqui podem ser os mais variados, além de que você pode adicionar itens extras como café da manhã, almoço, jantar, aluguel de barraca, saco de dormir, travesseiros e etc. No entanto, nós tivemos que alugar em um dos dias uma barraca de emergência direto no refúgio e deu tudo certo.
 

LAS TORRES: CENTRAL, CHILENO, SERON, FRANCÉS, CUERNOS
 

  • Espaço para acampar (somente o espaço, você leva sua barraca): USD 35 (alta temporada), USD 30 (baixa temporada) - Por pessoa, por noite.
  • Espaço para acampar + Acampamento armado (apenas a barraca): USD 85 (alta temporada), USD 79 (baixa temporada) - Por pessoa, por noite.
  • Cama em refúgio de montanha (sem lençóis e cobertor): USD 144 - Por pessoa, por noite.
  • Full Board: USD 100 - Por pessoa, por noite.

VERTICE: DICKSON, LOS PERROS, GREY, PAINE GRANDE
 
  • Espaço para acampar (somente o espaço, você leva sua barraca): USD 11 - Por pessoa, por noite.
  • Espaço para acampar + Acampamento armado (apenas a barraca): USD 40 - Até duas pessoas na barraca.
  • Cama em refúgio de montanha (sem lençóis e cobertor): USD 43 - Por pessoa, por noite.
  • Full Board: USD 100 - Por pessoa, por noite.

 

No geral, a primeira opção das pessoas é realizar o agendamento no "Espaço para acampar", por conta disso ele é o primeiro a esgotar. Geralmente no Sector Frances e Cuernos acontece uma espécie de gargalo entre os caminhantes do Circuito O e W, o Frances não tem opções de refúgio e o Cuernos é pequeno. Aqui geralmente é o lugar mais complicado de gerenciar as datas. Vou dar como exemplo nosso caso: Conseguimos agendar em todos o "espaço para acampar", mas nesses setores só haviam opções de alugar com a barraca deles.
 

MELHOR ÉPOCA PARA FAZER O CIRCUITO O (Macizo Paine)


O Circuito em volta do Macizo Paine não está liberado o ano inteiro, inclusive o circuito W costuma abrir um mês antes do Circuito O.

Geralmente o Circuito O está liberado entre os meses de Novembro até Maio, sendo que os meses entre Abril e MaioNovembro e Dezembro, as chamadas "meias-estações", são as melhores épocas para caminhar. No alto verão os ventos são muito fortes.
 

COMO REALMENTE SÃO OS 146KM DO MACIZO PAINE?


Depois de sambar para realizar suas reservas, é hora de relaxar e se preparar para uma aventura cinematográfica, imersiva e intensa!

NOSSO ROTEIRO
 
Dia 1- (Subida as Torres) - Camping Central
Dia 2 - Camping Central - Camping Séron
Dia 3 - Camping Séron - Camping Dickson
Dia 4 - Camping Dickson - Camping Los Perros
Dia 5 - Camping Los Perros - Camping Grey
Dia 6 - Camping Grey - Camping Paine Grande
Dia 7 - Camping Paine Grande - Camping Frances
Dia 8 - Camping Frances - Fim
 
Na realidade, no primeiro dia nós dormimos em nosso próprio Motorhome e não usamos o camping central que é praticamente ao lado do estacionamento. Quem for de Motorhome pode fazer essa economia tranquilamente.

PRIMEIRO DIA | 22km com 1.000 de desnível acumulado.
 
Chegamos na cidade de Puerto Natales com pelo menos três dias de antecedência ao começo do Circuito O. Como temos a facilidade do Motorhome, queríamos escolher o melhor dia para subir até a base das torres, já que da última vez que subimos estava nevando intensamente e não conseguimos ver nada.

A caminhada até as Torres pode ser feita em um dia e uma grande parte dos visitantes do parque vão até lá para esse "bate e volta". Sendo assim a trilha costuma estar bem movimentada e com caminhantes de todo o mundo.

É difícil expressar em palavras e até mesmo fotos a beleza dessa caminhada que por si só já vale a visita ao parque. Você irá percorrer um longo caminho acima de um Cânion imenso, irá passar por pontes que cruzam rios de águas glaciares e adentrar em bosques com árvores imensas e lebres saltitantes.

Ao se aproximar da base das Torres a caminhada se intensifica, a zona de mata fica para trás e é hora de encarar uma longa e íngreme subida entre pedras e desfiladeiro. Cada gota de suor derrubada é o pequeno preço a se pagar para contemplar essa obra única forjada pela natureza. É difícil conter as lágrimas perante a tanta beleza.

Hiker

Caminho para a base torres

 

Hiker

Subida Final Base Torres
 

Base Torres del PaineBase Torres del Paine

SEGUNDO DIA | 15km com 400 de desnível acumulado
 
Finalmente a grande aventura ia começar! Sair da área "povoada" do parque, dar adeus a portaria, ônibus e grande volume de turistas nos dá uma sensação profunda de espírito aventureiro.

Assim que concluímos os nossos primeiros 5km, nos olhamos e pensamos: "Porque somos tão "mão de vaca?"  - Nós decidimos levar toda comida para os 8 dias, até aí tudo bem. A parte ruim é que em busca de economia financeira, decidimos não comprar comida Liofilizada (Pacotinhos perfeitos para essas situações, com toda uma refeição devidamente ressecada, leve e pronta para consumo). Estávamos carregando pacotes de macarrão, pão, ovos cozidos, batata desidratada, atum… um peso extraordinário que poderia ter sido evitado.

Este aprendizado ficou para a vida, nunca mais vamos fazer essa economia, lembro que cada vez que víamos alguém tranquilamente sentar e abrir seu pacotinho de comida liofilizada, enchê-lo com água quente e em poucos minutos se alimentar, lá estávamos nós tirando um milhão de coisas para fora da mala, indo e voltando da cozinha porque tinha esquecido alguma coisa, e claro rindo demais de tamanha burrice.

Lembro que até mais ou menos 8km estávamos muito chocados e com medo da caminhada não valer a pena, porque nesse trecho realmente não tem muito para ver. A famosa ansiedade querendo te derrubar.

Além disso, eu estava carregando nossa câmera, um verdadeiro trambolho, ela estava presa na alça da mala em meu lado esquerdo e toda hora enganchava em galhos. Quando finalmente chegamos no primeiro cenário deslumbrante e eu a peguei para tirar uma foto digna de exposição, descobri que eu havia deixado as baterias no Motorhome. - Ai vida, porque fazes isso comigo?

Confesso que começamos a beirar o mal-humor, o desconforto tem que se tornar o seu melhor amigo nessas ocasiões e por um momento não queríamos ele por perto. Chegamos no topo de uma colina, colocamos nossas malas no chão, respiramos e contemplamos. Um vasto cenário cortado por um rio azul turquesa, montanhas e a brisa patagônica. Ali nos demos conta que seria uma ofensa a toda natureza ficar de mal humor em um lugar tão único e cheio de energia para dar.

Encaixamos o passo e seguimos, que momento! Finalmente o sonho do Circuito O estava acontecendo, estávamos ali, caminhando entre rios e campos exuberantes. O Gabriel fez o seguinte comentário:

- Nossa, tudo isso parece uma pintura, um quadro de tão perfeito 

 

Por um momento concordei, mas na sequência refleti:
 
- Na realidade, os quadros tentam reproduzir tamanha perfeição. Enquanto muitos olham réplicas, nós estamos aqui podendo ver direto da fonte.
 

E assim fomos conversando até chegar no Camping Séron, que momento alegre! Lá tínhamos banho quente, pudemos sentar e conversar com os colegas, querendo ou não esse mesmo grupo iria percorrer junto pelos próximos 7 dias. Fizemos amizade com um casal de islandeses, um grupo de israelenses, os irmãos canadenses, um grupo mais tímido de espanhóis, 4 amigas americanas que acabaram de sair do colegial e estavam vivendo o sonho, e é claro, um brasileiro! Estamos em todos os lugares!

Só tivemos uma surpresa: TEM MUITO PERNILONGO. (Pois, é, que loucura)

Caminho para o acampamento Serón

Caminho para o acampamento Serón
 

TERCEIRO DIA | 19km com 500 de desnível acumulado.
 
Agora sim, sintonia total com a trilha. Acordar na barraca e sair de meia na grama é sinal de que você está no lugar certo. Pé na trilha, esse dia prometia um pequeno desafio extra: A Chuva.

Costumo dizer que o Parque Torres del Paine tem seu clima próprio, é difícil prever o que vai acontecer. O amanhecer foi lindo, sem nenhuma nuvem no céu e em poucas horas, lá estávamos nós colocando nossas capas e molhando nossas botas.

Mas, nenhuma chuva pode tirar a beleza do lugar, na realidade eu me arrisco em dizer que ela dá um charme extra. Sabe aquele cheirinho de chuva no mato? É uma delícia!

Subimos até chegar no "Paso del Viento" que é uma curva acentuada no circuito e ela acontece em uma parte alta, realmente venta muito. Descemos rumo ao lindo Lago Paine, uma viagem no tempo sentar e contemplar a natureza.

Seguimos subindo e descendo, em um dia que foi praticamente inteiro em trilhas "Single Track".

Ao nos aproximar do acampamento Dickson, a chuva apertou e nos fez sentir em um filme do Senhor dos Anéis, ou algo desse tipo. Ver o lago Dickson e o acampamento no meio do nada foi uma sensação única.

Corremos para a recepção e tivemos uma grata surpresa: A música estava rolando, todo mundo estava tomando uma cerveja gelada e apreciando aquele momento.

Sim, em todos os refúgios você tem acesso ao mercadinho. Não espere fazer uma compra gigantesca, mas tem um pouco de tudo. Acessórios de higiene pessoal, atum, macarrão, chocolate, bala, energético, gatorade, cerveja, vinho e mais…

Mas claro, tudo tem seu preço! Uma cerveja estava USD 5, um Gatorade USD 6. Imagino a dificuldade para levar essas coisas até o refúgio.

Assim que a chuva deu uma trégua, lá fomos nós montar nossa barraca e iniciar nossa batalha pessoal contra os incansáveis pernilongos.


Lago Paine

Lago Paine

 

Lago Paine

Lago Dickson com o acampamento ao fundo


QUARTO DIA | 11km com 500m de desnível acumulado
 
Acordamos com um dia lindo! Aproveitamos para passear pelo camping que beira o lago Dickson e ao fundo podemos observar um enorme Glaciar. Que vibe gostosa.

O dia prometia muito sol e uma caminhada um pouco mais curta. Arrumamos tudo e partimos para uma parte muito diferente dos outros dias. Andamos em meio a bosques densos e quando as clareiras abriam, podíamos ver glaciares ao fundo, e também muito gelo no cume das montanhas.

Nos aproximamos ao Glaciar Los Perros, a partir dele, estávamos apenas 1km do acampamento. Nesse momento, começamos a subir, o bosque ficou para trás, assim como o sol.

Do nada, literalmente DO NADA, o tempo virou como uma flecha. Chegamos no Glaciar Los Perros e mal podíamos ficar em pé naquele caminho exposto e cheio de pedras. Em alguns momentos tínhamos que sentar e esperar que as rajadas de vento com chuva passassem, mas mesmo assim fui arremessada no chão como se eu não pesasse nada.

Com muito esforço, passamos do trecho mais exposto e apertamos o passo para chegar no acampamento. Acho que aquele último quilômetro foi o mais longo de todos!

O acampamento Los Perros é o mais "Wild" de todos. Lá não chegam barcos, não têm refúgio, não tem banho quente e todo o acesso é a pé, além dele estar posicionado bem na base de uma montanha. O clima ali não é brincadeira.

Chegamos encharcados e com MUITO frio. A chuva era intensa e só queríamos descansar. Entramos para fazer o check-in e logo fomos alertados pelo menino responsável pelo local:
 

Pessoal, amanhã o dia não está favorável e vocês terão uma longa jornada ao passar pelo Paso John Gardner. O horário limite de saída é às 6:30 da manhã.

 

Pensamos: UAU, bem no dia mais temido do Circuito O, vamos enfrentar uma tempestade?
 

Nos olhamos batendo os dentes de frio e escutando aquela chuva ficar cada vez mais intensa, e tomamos a decisão de alugar uma barraca já armada para não ter que pegar mais chuva e no dia seguinte não precisar desmontar e guardar a barraca em temperatura negativa e com chuva. Foram os melhores dólares gastos!

Dormimos o que constatamos ter sido a noite de acampamento mais gelada de nossas vidas. Acordamos de hora em hora com muito frio, mesmo tendo um saco de dormir com temperatura "conforto" -8.
 

Acampamento Dickson, vista ao lago com o Glaciar ao fundo

Acampamento Dickson, vista ao lago com o Glaciar ao fundo

Acampamento Dickson, vista ao lago com o Glaciar ao fundo

Caminho ao Glaciar Los Perros

 

Caminho ao Glaciar Los PerrosCaminho ao Glaciar Los Perros

 

Começo da tempestade - Glaciar Los PerrosComeço da tempestade - Glaciar Los Perros

QUINTO DIA | O temido Paso John Gardner - 18KM com 1.000 de desnível acumulado
 
Acordamos depois de uma péssima noite de sono, mas felizes por não ter que nos preocupar em desmontar acampamento naquele frio e chuva.

O ar era pesado, uma fina neblina pairava no chão. Parecia até o começo de um desses filmes de suspense bem clichês.

Tomamos um rápido café da manhã e saímos com pressa para iniciar a caminhada, já estávamos no limite de tempo. Logo no primeiro minuto adentramos ao bosque escuro e seguimos por uma longa subida que se mostrou ser super escorregadia em decorrência da permanente chuva.

O silêncio era quebrado pelas fortes rajadas de vento na copa das árvores,  sabíamos que a proteção do bosque não iria durar muito mais, nosso caminho agora era rumo a montanha.

O Paso John Gardner é o mais temido e também reverenciado do Circuito O, aqui é onde atingimos 1.200m de altitude, sendo a caminhada mais alta de todo o parque. É um momento de pura montanha e conexão! Você olha para os lados e está perto de vários picos repletos de glaciares, neve e muitos desafios.

Assim que o bosque ficou para trás começou nossa luta contra os fortes ventos na montanha exposta. Lembro de um momento olhar para frente e ver uma longa subida e observar pequenas pessoinhas lá em cima e também olhar para trás e ver ao longe mais pessoas do grupo parecendo formiguinhas.

Depois de algumas horas bem cansativas a Patagônia deu uma trégua e mais uma vez como uma flecha, o céu abriu, o vento diminui e nós alcançamos o Paso John Gardner com uma vista limpa de todo o Glaciar Grey.

Para nós essa é a maior expressão da natureza. Um campo de gelo que os olhos não conseguem medir seu tamanho nem processar tanta beleza. Esse foi o ponto alto da caminhada.

Dali para frente seguimos uma interminável caminhada. Que dia longo meus amigos! Entre subidas em caminhos expostos e descidas íngremes por cordas, chegamos em um lugar bem famoso: As pontes colgantes.

Uma, duas, três longas pontes a muitos metros do chão! Que frio na barriga.

Chegar ao acampamento foi uma mistura de missão cumprida com "Porque eu não trouxe comida liofilizada?" - E lá iam os brasileiros com uma cozinha completa para cozinhar um jantar que poderia ter sido muito mais rápido.


Começo da tempestade - Glaciar Los Perros

Subida ao Paso John Gardner

Paso John Gardner

Paso John Gardner

 

Pontes ColgantesPontes Colgantes

SEXTO DIA | 12KM com 400m de desnível acumulado
 
Depois de umas 10 horas de sono acordamos parcialmente renovados, "alou" dores musculares, vocês estavam demorando a chegar!

Como esse era um dia mais curto, saímos com zero pressa. Levantamos e em caminho ao refeitório nos demos conta que: Nos unimos aos caminhantes do circuito W. Nosso pequeno grupo de 30 pessoas mal podia se encontrar no meio da multidão.

Lembro que chegamos ao refeitório e havia um menino dormindo no chão ao lado de fora. Ele havia bebido tanto, que "capotou" ali mesmo.

Confesso que nessa hora o sentimento de vida selvagem se perdeu um pouco, os acampamentos dali para frente seriam bem movimentados.

Bota nos pés e mochila nas costas: Partiu Paine Grande! Uma caminhada tranquila, mas muito ventosa. Agora o Macizo Paine estava à nossa esquerda e andar olhando para ele é uma sensação incrível.

Chegar em Paine Grande é se sentir em uma viagem entre amigos. O refúgio é muito movimentado por ser o receptivo dos grupos que chegam para iniciar o circuito W por Pudeto e também por ser o lugar onde outros grupos finalizam o circuito. Se você estiver disposto a pagar por refeição, vale a pena! É o único lugar com Buffet Livre.

Armamos nossa barraca com uma das melhores vistas do parque e tivemos uma longa tarde de descanso, conversa com outras pessoas no acampamento e muita gratidão!

Camping Paine Grande

Camping Paine Grande


SÉTIMO DIA | 21km com 900m de desnível acumulado

O dia prometia muito sol, mas sabemos como é a Patagônia! Piscou, o clima mudou.

Saímos de Paine Grande rumo ao acampamento Italiano, que é um camping público, mas estava desativado. É comum os viajantes deixarem suas malas ali para fazer o "bate e volta" até o Mirador Britânico, fazer essa subida sem o peso da mochila cargueira é uma alegria indescritível.

A ida é um espetáculo, essa parte do parque é muito rica em diversidade! A cada hora parece que você está em um cenário completamente diferente.

Começamos a subida até o Mirador Britânico, passando pelo Mirador Francês. Dali você pode observar um imenso Glaciar suspenso logo na sua frente, uma constatação de como somos pequenos neste mundo. Continuando a caminhada, entre bosques e montanhas, chegamos ao Mirador Britânico no mesmo momento em que pudemos observar uma grande avalanche em uma das montanhas à frente. Impressionante!

Nós temos uma opinião polêmica! Nosso TOP 3 vistas Circuito O são: Paso John Gardner, Mirador Britanico e Base Torres del Paine.

Uma tarde deliciosa que acabou com uma cerveja gelada e muita risada com os colegas caminhantes no acampamento Francês!


Caminho ao acampamento Italiano

Caminho ao acampamento Italiano
 

Mirante Francês / Mirante BritânicoMirante Francês / Mirante Britânico

OITAVO DIA | 16km com 400m de desnível
 
O último dia de caminhada… É o dia que você acorda com uma mistura de sentimentos entre "Não quero que acabe" com "Graças a Deus tá no fim".

O fato é que cada passo dado nesse dia foi muito emotivo… Passamos horas lembrando do que tínhamos vivido e já com aquele sentimento de saudades da aventura.

Chegar ao fim da caminhada é emocionante! Poder levar na memória dias tão intensos é uma forma de honrar a vida e a natureza que nos permite ter sensações tão profundas!

Lago Nordenskjold

Lago Nordenskjold

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