Além de despertar emoções e criar lembranças únicas, a aventura é uma relação com a natureza, um contato íntimo com os diferentes elementos que a compõem. Aqueles que partem rumo ao desconhecido são capazes de despertar não apenas sentimentos e emoções, mas também o olhar para a conexão e interdependência entre o homem e o meio em que ele vive.
Em 1953, Edmund Hillary e Tenzing Norgay despertaram os olhares para a possibilidade do homem chegar ao topo do Everest, o lugar mais alto do mundo. Em 2019, Nirmal Purja despertou a atenção e a necessidade de reflexão sobre a relação que foi estabelecida após mais de 60 anos da conquista do topo do mundo ao registrar a foto que circulou a internet.
Foto de Nirmal Purja chamou atenção do mundo
É com esse objetivo que o velejador Beto Pandiani partiu rumo ao Ártico, a bordo de um catamarã sem cabine e sem motor. A expedição Rota Polar conta também com a presença de Igor Bely, e, além de uma aventura, é um chamado para as mudanças climáticas e transformações que já estão acontecendo ao redor do mundo.
Beto Pandiani e Igor Bely
Os participantes da expedição passaram meses no Brasil se preparando para a jornada, essa é a oitava travessia de Beto e a retomada de sua parceria com Igor. Para assegurar a segurança e comunicação durante o projeto, os tripulantes estão equipados com o SPOT X, um comunicador bidirecional que permite a troca de mensagens, rastreio e solicitação de resgate em casos de emergência mesmo em locais remotos.
A rota tomada pelos velejadores é conhecida como Passagem do Noroeste e, durante anos, apresentou caminhos intransponíveis por conta do gelo. Essa rota faz parte da história da navegação, sendo alvo de grandes expedições que buscavam desmistificar o caminho até então pouco explorado. Em 1906 foi realizada a primeira incursão com sucesso pela passagem, liderada por Roald Amundsen.
Passagem do Noroeste
A Passagem do Noroeste foi transformada pelos impactos das mudanças climáticas. O aumento expressivo do derretimento do gelo no Ártico fez com que a navegação pela passagem se tornasse viável não apenas para expedições realizadas em grandes e potentes embarcações, mas em incursões como a Rota Polar. O acontecimento já era esperado nas próximas décadas, mas foi antecipado pelo aquecimento global.
O empreendimento dos aventureiros demonstrará a realidade encontrada na famosa passagem e as consequências da intervenção humana na natureza. Para isso, ao longo dos meses de trajeto, serão feitas entrevistas com especialistas da região. Para a captura de imagens e vídeos, os fotógrafos e documentaristas de ambientes remotos Alexandre Socci e Al Andrich acompanharão a expedição por terra, também munidos de um SPOT X.
Para retratar as transformações ocorridas na região, o material recolhido será transformado em um documentário. Também serão feitos artigos e publicações educativas.
Ao longo da expedição, o público poderá acompanhar os tripulantes no diário de bordo, onde os membros postam atualizações sobre a expedição. Confira alguns trechos:
02/07 - Nossa casa nos próximos 3 meses.
21/07 - Dia longo, com muitos acontecimentos. O dia começou com uma neblina fortíssima e nós dois no meio do mar de gelo. Um silêncio absoluto somente interrompido pelos blocos de gelo caindo ou alguma foca respirando.
26/07 - Saímos de Payulatuk e logo entrou um vento oeste favorável. Estamos aproveitando para ganhar o máximo de milhas possível. Em breve mais informações. Acompanhe nossa evolução on-line na área "localização do barco" do site.
Você pode acompanhar a localização exata da expedição no Mapeamento SPOT da Rota Polar
Ao todo, serão 100 dias de expedição, que começou no Alasca e terminará no mar da Groenlândia.