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MUDAR DE TRAILER DURANTE A EXPEDIÇÃO

MUDAR DE TRAILER DURANTE A EXPEDIÇÃO

Aventura

Antes de sair para a expedição nunca tínhamos alugado ou passado sequer um final de semana num veículo de recreação (trailer, motorhome, camper, barraca de teto ou similar). A discussão de onde morar foi a primeira a ser resolvida, sem isso não adiantava planejar nada além. Queríamos garantir um mínimo de conforto e ter autonomia, o que significava cozinhar, ter nosso banheiro, dormir na estrada e lavar nossa roupa.
 
Os parques nacionais não têm as melhores estradas de acesso e não queríamos ter que levar nossa casa todos os dias para o parque. Por isso, viver em um motorhome foi a primeira opção que descartamos. Apesar de ser um veículo único que permite passar do "carro" para a "casa", toda vez que saíssemos para um parque (ou seja, quase todos os dias), teríamos que guardar absolutamente tudo.
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Além do tempo gasto, haveria o risco de entrar com nossa casa em um atoleiro, estrada muito esburacada, estradas muito estreitas sem opção de manobra para saída. Talvez funcione bem quando você se movimenta pouco ou em estradas em melhores condições.
 
Pensamos então em uma barraca de teto. Com isso, a questão da estrada seria superada, teríamos um veículo 4x4 que nos levaria a qualquer canto. Mas achamos que ainda teríamos que guardar tudo todos os dias, sem falar na maior restrição de espaço. Pensar numa rotina que requeira abrir e fechar tudo todos os dias nos parecia restritivo, íamos ficar com preguiça de sair para uma trilha logo cedo, por exemplo.
 
Foi quando nos deparamos com o que achamos que seria a solução ideal para nós, um camper: um módulo que é acoplado na caçamba de uma caminhonete, que pode ser retirado quando necessário. Mas havia uma restrição importante: a cama.
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Encontramos modelos nos quais a cama tinha o comprimento exato da altura do Dennis, o que geraria um desconforto diário ao dormir, e modelos que requeriam que a cama fosse desfeita todos os dias para abrir espaço para a mesa de jantar. Pelo que contamos acima, nos comprometer com uma rotina de faz-desfaz todos os dias não é bem a nossa cara.
 
Nesse momento todo o nosso plano foi por água abaixo, chegamos à conclusão de que não haveria expedição, não havíamos equacionado a questão do conforto, autonomia e custos. Deixaríamos esse sonho para a nossa aposentadoria. A questão é que nossa expedição requer um veículo de recreação, mas é sobre conservação.
 
Aguardar 20-30 anos para começar vai contra a emergência climática, as crescentes necessidades de conservação. Para atuarmos na conservação, que é o nosso real sonho, precisávamos conhecer. E para isso, a expedição não poderia esperar.
 
Foi então que listamos o que precisávamos e o que abriríamos mão. E de repente, como se fosse óbvio desde o início, apareceu a solução: um trailer: uma "casa" separada do "carro", uma cama com saída pelos dois lados (ninguém precisa pular o outro para ir ao banheiro à noite), uma cama que não precisa ser desfeita todos os dias, um local para colocar nossa mini lava-roupas, cozinha, geladeira, banheiro.
 
Era isso! Mas por que não conhecíamos ninguém que morava em um trailer? Será que deveríamos testar um, alugar por um final de semana? Decidimos que qualquer teste seria diferente de colocar todas nossas roupas, louças e livros em um trailer, compramos sem testar.
 
Acertamos em cheio: ganhamos a autonomia que precisávamos e rapidamente nos acostumamos com a rotina de abastecer água, tomar banhos curtos, engatar e desengatar, descartar nosso esgoto.
 
Foi melhor que o esperado, a adaptação foi tão fácil, que em determinado momento percebemos que havia espaço sobrando, não precisávamos de tudo aquilo, caberia mais uma pessoa naquele trailer. Esse espaço sobrando, apesar de nos dar conforto, representava um maior gasto de combustível e algumas restrições de acesso.
 
Foi então que repensamos, passamos por todas as soluções novamente. Seria a hora de mudar para uma barraca de teto? Como por acaso, de repente estávamos passando ao lado da fábrica de mini trailers. Um produto nacional, que pesa 1/3 do anterior, o que significa maior mobilidade e menor gasto.
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Ele foi customizado para nós tanto na estrutura externa (rodas e suspensão reforçados), quanto internamente (mais espaço de armário, instalação da nossa mini lava-roupas). Perdemos um pouco em conforto, pois nossa cozinha e banheiro ficam para fora, mas ganhamos em leveza e autonomia.
 
Hoje reconhecemos que nunca teríamos saído na expedição em um mini trailer, passar por um trailer maior foi importante para sabermos o que precisávamos e o que era negociável em termos de conforto.
 
Além de ter aprendido que cada veículo de recreação tem seus prós e contras, vimos que podemos viver com ainda menos, chegando mais longe e gastando menos.