Montanhismo é uma atividade que pode ser praticada em vários formatos e níveis de dificuldade, na qual cada um cria e cumpre seu objetivo de acordo com suas capacidades e vontades. Apesar de haver cursos de técnicas de escalada, segurança, primeiros socorros em áreas remotas, equipamentos, entre outros, a prática surge de um desejo intrínseco a cada um, pode ser praticada de forma solitária ou em grupos, e geralmente não começa a partir de um curso de qualificação sobre "como ser montanhista".
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Todos que quiserem, a princípio, podem ser montanhistas. Mas há algo que destaca os montanhistas intencionais dos praticantes, o empreendedorismo. Os montanhistas se capacitam, se planejam, tomam riscos de forma controlada, se expõem, se conectam, se desafiam, se ajudam.
A "Declaração do Tirol sobre boas práticas nos esportes de montanha" é um denominador comum que nos une e que poderia tornar-se um exemplo a empreendedores de todos os setores, à medida que está em prática das menores às maiores ações, pressupondo responsabilidade individual, espírito de equipe e respeito pela conservação, entre outros.
Dentre os montanhistas-empreendedores, há aqueles que desenvolvem produtos, que vendem produtos, que guiam, que documentam, que produzem vídeos, que se expressam através da arte e da música.
Mas não foi somente a busca incessante por materiais leves, que gerem mínimo impacto na produção e permitam que os montanhistas também pratiquem mínimo impacto, que nos impressionou. Nesta jornada ampliamos nossa visão e conexão com as pesquisas científicas realizadas em parques, bem como percebemos que os cientistas são tão empreendedores quanto os praticantes de montanhismo.
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Voltando aos objetivos de parques nacionais, onde estão grande parte das montanhas que discutimos na jornada, há um destaque para a realização de pesquisas científicas, não somente para o uso público e proteção de beleza cênica. Durante nossa expedição, como "usuários" do uso público, tivemos o prazer de cruzar algumas vezes com cientistas em diversos parques nacionais, principalmente biólogos e veterinários. As conversas são sempre ricas e nos fazem olhar para os parques com outros olhos, questionar pressupostos e detalhar pesquisas.
Há uma distância entre o mundo científico e os praticantes de esportes de natureza, reconhecido por ambos os lados. Muitos cientistas são incentivados a publicar em revistas em inglês, pouco do que é estudado chega aos praticantes de montanhismo no Brasil, genuínos interessados por geologia, geografia, história, biologia, física, química, entre outras matérias. Ou seja, a divulgação só tem a beneficiar todos os montanhistas.
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Esta jornada permitiu tomarmos conhecimento de importantes resultados de pesquisas científicas, ampliando nosso repertório, reduzindo a distância e valorizando ainda mais os resultados. Mais que isso, permitiu nos capacitarmos em procurar pesquisas que nos auxiliem a entender os ambientes que visitamos e a contribuir com nossa visão. Não precisamos esperar a próxima Jornada para seguir, há iniciativas como a Ciência nas Trilhas, que tem esse objetivo de forma cotidiana.
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