“O vento não se cansa de soprar, assoviar e gemer aqui no Igloo. Até ontem estávamos protegidos no píer por causa do ângulo do vento, mas ele torceu um pouco mais para o Norte e agora as marolas da pequena baía de Gjoa Haven atingem o nosso catamarã. Neste momento estou escrevendo o diário sacudindo e sentindo as ondas baterem no fundo do barco”
![catamara-rota-polar.jpg Blog Image 1](/getattachment/24135e11-9aea-4a59-a230-10bdd15e9123/catamara-rota-polar.jpg?lang=pt-BR)
Uma das motivações da viagem pelo mar gelado do Ártico foi sinalizar um alerta para as consequências das mudanças climáticas. A expedição pela Passagem do Noroeste se tornou possível por conta do degelo da região, situação que já era prevista, mas aconteceu antecipadamente por conta da rápida degradação das condições ambientais.
![Beto-Pandiani-e-Igor-Bely-Rota-Polar.jpg Blog Image 2](/getattachment/85760423-ecdc-46bc-a0bd-8000d308296b/Beto-Pandiani-e-Igor-Bely-Rota-Polar.jpg?lang=pt-BR)
O catamarã em que os dois aventureiros estavam a bordo foi construído sem motor, com um sistema de pedal para ser trabalhado junto ao vento com o objetivo de movimentar a embarcação. Por isso, o tempo em cada região visitada era um ponto de atenção para os dois.
“Tão perto e tão longe. Seja lá quem comanda os ventos quer nos testar. Testar a paciência e o humor... Nenhum veleiro que cruza a Passagem Noroeste a faz velejando, e não tem razão para não motorar.. Sempre optamos por sermos veleiros na sua essência, mas hoje de manhã quando as nossas esperanças se foram, pois tínhamos a princípio a melhor previsão em força e direção, me perguntei por que não trouxemos um pequeno motor de popa”
![mar-do-artico.jpg Blog Image 3](/getattachment/e24440d3-a8c1-494d-a123-8d1563ec0603/mar-do-artico.jpg?lang=pt-BR)
As condições encontradas na reta final da expedição não foram as mais favoráveis, a falta de vento implicou em dificuldades de locomoção. Mas, havia esperança e otimismo: “Este lugar guarda algumas recompensas que futuramente vou valorizar mais do que imagino”
As recompensas que Beto Pandiani aguardava chegaram mais cedo do que imaginado. Apesar do cenário desafiador e a necessidade de tomada de decisões arriscadas, a expedição Rota Polar encontrou seu rumo final e foi concluída com sucesso no dia 3 de setembro de 2022.
“Antes de dormir o Igor e eu conversamos muito a respeito da decisão de partir ou não para Artic Bay, pois tínhamos duas previsões meteorológicas bem diferentes, uma apontando um cenário favorável e outra completamente diferente... Decidimos partir pois estamos já entrando na última semana de janela segura, pois a partir da segunda semana de setembro o tempo deteriora drasticamente aqui no Ártico... Víamos as montanhas nevadas mesmo no escuro, pois ainda tem um mínimo de luz, o que vai mudar a partir da semana que vem. Em torno do Igloo era possível ver as ondas quebrando as cristas e o barulho do mar quebrando. Vimos ao longe um vulto de montanha branca com o gelo recém caído e pelo GPS deveria ser a nossa última esquina para nos livrarmos do vento forte e das ondas. Contornamos a ponta que dava o acesso a Artic Bay e logo o Igor sugeriu que dormíssemos logo em um cantinho calmo do braço de mar. Eram 3 horas da manhã e estávamos a apenas 6.4 milhas de Artic Bay. A viagem estava concluída.”
![Beto-Pandiani-e-Igor-Bely-Rota-Polar-(1).jpg Blog Image 4](/getattachment/4406a7dc-6a66-463d-b375-9800e639bfbd/Beto-Pandiani-e-Igor-Bely-Rota-Polar-(1).jpg?lang=pt-BR)
Os aventureiros utilizaram dois equipamentos SPOT X em toda a expedição, garantindo não só sua comunicação, mas também transmitindo seu posicionamento para seus seguidores durante toda a aventura e registrando esse feito incrível. Confira o mapa!
![ultima.jpg Blog Image 5](/getattachment/4c70327f-5165-48ab-88b6-eafa53fdbe01/ultima.jpg?lang=pt-BR)