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O desafio de nossa geração: Novo Coronavírus (Covid-19)

O desafio de nossa geração: Novo Coronavírus (Covid-19)

DicasPara Inspirar

Informação, calma e ação são a chave para o combate desse inimigo invisível

 
Desde que os primeiro casos do novo Coronavírus (SARS-Cov-2), originados em Wuhan - capital da província de Hubei, foram noticiados no início de 2020, tentei me manter o mais informada possível sobre essa doença e seus avanços.
Acompanhei atentamente o aumento exponencial de casos pelo continente asiático, fiquei inquieta com o grande poder infeccioso desse vírus conforme ele avançava a outros países como EUA, Itália e Espanha. E, principalmente, me mantive atenta às instruções dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como às normativas governamentais tomadas por cada país para a contenção dessa doença, que já atingiu o status de pandemia por haver atingido os seis continentes e agora afetar diretamente a vida de nós, brasileiros. 
Esse interesse é natural pois, como médica, aventureira, empresária e cidadã, tenho o dever profissional de estar atualizada acerca do surgimento de novas doenças, como elas podem vir a se desenvolver e afetar a vida humana em suas mais variadas esferas e, por consequência, os meus campos de trabalho. 
No entanto, apesar de meu interesse ter esse viés atrelado às minhas profissões, o que me move é o fato que acredito que todos somos agentes de mudança do nosso entorno. 
Por acreditar que informação é a melhor arma, decidi compartilhar com meus leitores da SPOT as informações que acredito serem mais relevantes sobre a COVID-19, como combatê-la e, principalmente, quais atitudes podemos tomar individualmente para contribuir para o combate a essa epidemia.
 

Conhecendo seu inimigo: O Novo Coronavírus


 

O Novo Coronavírus, denominado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de SARS-CoV-2 é causador da COVID-19. É importante lembrar que esse novo vírus faz parte de uma  família de vírus (CoV) que é velha conhecida do homem e dos animais. Ela é responsável por doenças que vão de um simples resfriado até enfermidades mais graves como a Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). 
Sabendo que essa família de vírus pode tanto ser inofensiva, quanto causar uma imensa quantidade de danos aos pulmões, a melhor maneira para lidar com a COVID-19 é através da ampla disseminação de informação sobre ela. Entender quais são os sintomas da doença, como tratá-los, quem é parcela da população mais vulnerável, como é possível evitar o contágio e qual é o protocolo de ação caso você seja infectado pela doença.
 
Os principais sintomas que a COVID-19 causam aos seres humanos, segundo descrição do Ministério da Saúde Brasileiro são: febre, tosse, dificuldade para respirar, congestão nasal, coriza, dor de garganta, fadiga, cansaço e diarréia.  
 
Por isso é importante se atentar a todos os sintomas da doença, mas sobretudo a presença de febre (acima de 37,8 ºC) , tosse e dificuldade para respirar. Estes são indicadores de um avanço mais agressivo da doença, que pode estar se alastrando para as vias respiratória inferiores (brônquios e pulmões), onde podem vir a causar doenças mais graves como pneumonias, insuficiência pulmonar, choque séptico, falência de órgãos e risco de morte.
 


Ainda que as complicações provenientes da COVID-19 sejam alarmantes, segundo estudos realizados pelo Chinese Center for Disease Control and Prevention com aproximadamente 45 mil casos registrados em território chinês, 80,9% dos casos registrados apresentaram sintomas como os de uma gripe normal, permitindo ao paciente permanecer em tratamento em casa, 13,8% necessitaram de hospitalização, e, apenas 4,7% tiveram o auxílio do tratamento intensivo.
 
Esse mesmo estudo apontou também que mortalidade entre os infectados pelo vírus aumentava de acordo o crescimento da faixa etária dos pacientes. Assim, para as pessoas de idade entre 10 e 39 anos a taxa de fatalidades registradas foi de apenas 0,2%, enquanto os grupos de pessoas de 60-69, 70-79 e acima dos 80 anos de idade apresentaram a taxa de mortalidade de 3,6%, 8% e 14,9%, respectivamente. Além disso, o maior índice de mortalidade também é notado em pessoas portadoras de comorbidades, tais como diabetes, pressão alta, doenças cardíacas, câncer, entre outras.
 
Através dos dados acima, além de diversos estudos realizados ao redor do mundo, sabemos que o vírus SARS-CoV-2, de maneira geral não é letal para uma grande maioria da população. Porém, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) o índice R0 (fator que determina a capacidade de contágio do vírus) é de 2,74. Ou seja,  cada pessoa enferma pela COVID-19 é capaz de contagiar em média 2,74 pessoas. 
Somado a esse fator, há também a dificuldade em determinar quem está infectado pela doença de imediato, pois o período de incubação do vírus é de 2 a 10 dias e nesse período pode haver ou não manifestação dos sintomas. Porém, o período de incubação permite uma janela imunológica, que abre espaço para a disseminação do vírus por parte daqueles que foram infectados e ainda não sabem pois encontram-se assintomáticos.
 
Desse modo, pode-se concluir que a grande maioria da população não corre risco fatal caso seja infectada pelo SARS-CoV-2. No entanto, devido aos seus sintomas serem muito similares aos de um resfriado e seu período de incubação permitir a circulação do vírus sem gerar suspeitas ao portador, uma grande parcela da população acaba por se tornar um vetor da doença, disseminando o vírus através de fluídos corporais e infectando os grupos de maior risco de morte: idosos, pessoas com doenças crônicas e imunodeprimidas e crianças.
 

Como diminuir o crescimento da doença

 


Sabendo de todos os fatores que contribuem para a rápida disseminação da doença, podemos falar agora sobre como diminuir a velocidade de seu alastramento. Países como Itália e Espanha que apresentaram um crescimento exponencial da doença, são um exemplo de como a falta de medidas preventivas tanto governamentais, como individuais imediatas, podem vir a sobrecarregar o sistema de saúde, impedindo o bom atendimento dos casos que verdadeiramente necessitam auxílio médico.
 
Vale citar também exemplos positivos de contenção do avanço de vírus como Singapura, Hong Kong e Taiwan, que através de experiências anteriores com outras epidemias, como o SARS,  desenvolveram programas de contenção de epidemias baseados em: testes generalizados para população com o intuito de descobrir todos os possíveis casos da COVID-19, controle das fronteiras a passageiros provenientes de quase todo o continente asiático ainda no início da disseminação da doença, estímulo governamental a busca de atendimento médico aos menores sintomas de contaminação pela doença, aplicação de medidas de distanciamento social e respeito total ao período de quarentena aos infectados.   
Graças a combinação desses fatores, houve uma rápida contenção do avanço da doença nesses países. Acredito que precisamos aprender com os erros e acertos que nos são mostrados para traçar nossa melhor estratégia de ação. 
 
 Nesse momento, precisamos manter acima a calma e a serenidade, assim podemos compreender nosso papel dentro da estrutura macroscópica.  Ao mesmo tempo que o governo brasileiro reforça as estruturas do Sistema Único de Saúde (SUS) para receber os casos mais graves e que necessitarão de acompanhamento médico, nós como indivíduos podemos colaborar a nossas maneira. 

 Abaixo, segue uma pequena lista de ações que podem contribuir para diminuir o avanço da COVID-19:
  • Lave as mãos da maneira correta com água e sabão, sempre que possível;
  • O álcool-gel ajuda mas não substitui a lavagem das mãos;
  • Utilize-se da boa etiqueta respiratória, se for espirrar ou tossir cubra a boca e nariz com a parte interna do cotovelo, um lenço descartável ou as mangas da camisa;
  • Evite encostar no seu rosto, principalmente boca, nariz e olhos. Caso isso ocorra, higienizar as mãos antes de tocar outras superfícies (o vírus pode permanecer por várias horas ou dias nos mais variados tipos de superfície);
  • Evite aglomerações: agora não é mesmo hora de ir a shows, festas, bares, academias e por aí vai;
  • Mantenha a distância social (sei que isso é difícil para nós brasileiros), mas neste momento a maior prova de afeto é o cuidado com o próximo;
  • Se possível adie todas as suas viagens;
  • Se possível trabalhe de casa;
  • Evite usar o transporte público, caso seja impossível não o utilizar, leve consigo álcool-gel e higienize suas mãos ao deixar o transporte público;
  • Mantenha distância de pelo menos 1,5 metro de outras pessoas;
  • Caso você apresente sintomas leves da COVID-19 permaneça em sua casa. Devido ao alto número de casos e à já existente infecção comunitária, o Ministério da Saúde não está mais testando casos suspeitos de menor gravidade. Porém qualquer dúvida pode ser sanada através do número 136 - Disque Saúde; 
  • Em casos de sintomas de gravidade maior, como febre e falta de ar, busque um hospital de referência ao tratamento da COVID-19; 
  • Aproveite o tempo extra desse isolamento para atualizar os livros, cursos, séries e projetos que voce nao conseguia por falta de tempo;
  • Seja uma boa companhia, seja para os seus familiares, seja pra você. Assim como em expedições, agora é hora de mantermos os pensamentos positivos, escutarmos músicas boas, mantermos o corpo ativo através de centenas de exercícios que podemos fazer em casa e controlarmos a ansiedade.
 
Essas são algumas das dicas que acredito serem interessantes para esse momento que estamos passando. Acredito profundamente que nosso planeta irá superar esse momento. Temos a faca e o queijo na mão, tivemos acesso a informação e, ao contrário de outros países, tivemos tempo para nos preparar para uma boa estrutura para a chegada do SARS-CoV-2 . Agora resta a cada um de nós, individualmente, darmos nossa contribuição de amor e mostrar o nosso respeito ao próximo.