Foram 11 dias no total, 9 entre subida e descida da montanha. Uma expedição ao Monte Roraima: uma das montanhas mais lindas e cobiçadas do Brasil (5% de sua área pertence ao Brasil, 10% a Guiana e 85% é da Venezuela) que na verdade tinha um objetivo muito maior em mente, arrecadar verba para poder atender e ajudar o povo do sertão do Piauí.
Nossa expedição começou em Boa Vista, onde nossa equipe do Instituto Dharma encontrou o Maximo Kausch, do Gente de Montanha. De lá seguimos de carro para a pequena cidade de Santa Elena de Uairén que fica a 15km da fronteira com o Brasil.
No dia seguinte partimos de 4×4 de Santa Elena até a comunidade indígena Paraitepuy, de apenas 700 habitantes e o ponto final para veículos. Deste ponto em diante, entraríamos caminhando no Parque Nacional de Canaima e nossos dias seriam tomados por caminhadas longas e com cenários incríveis. Ao nosso redor, selva amazônica, arco-íris, rios cruzando vales – a sensação é de estar no Jurassic Park há muitos séculos atrás.
Nosso líder da expedição recordista mundial de ascensão em montanhas acima de 6.000 metros, Maximo Kausch, que também fundou o Gente de Montanha animava as pessoas que começavam a cansar e ficavam pra trás! Por trás da barba e da aparência rústica há uma pessoa muito gentil, justa e solidaria.
Inclusive, a iniciativa pra essa parceria do bem entre o instituto Dharma e o Gente de Montanha partiu dele. E nesses 2 anos já ajudou e beneficiou milhares de pessoas. Agora, estamos aqui e mais uma vez reunidos com o mesmo propósito: O de lutar por um mundo mais igual, mais justo, melhor.
Foram 2 dias para nos aproximarmos do acampamento base e mais 1 dia subindo (e subindo muito)! Uma das peculiaridades do Roraima, que o torna tão distinto de outros picos é o fato de ser um Tepui — seu cume tem cerca de 18 km de extensão. Esse lugar tem dois bilhões de anos e no topo do Roraima existe um mundo a parte. Cheio de lendas e histórias, o Roraima, a maior montanha plana do mundo, é mesmo um mundo enigmático e inóspito.
Uma das maravilhas desse “cume” que quero destacar é um lugar completamente mágico, conhecido por Vale dos Cristais, que possui pequenos Cristais pelo chão, com água correndo sobre eles e brilham demais cada vez que o sol os toca. O El Fozo, um lago no meio de um buraco largo e profundo. Os indígenas consideram esse lugar sagrado e a energia daqui é realmente especial.
O ponto triplo, local onde Venezuela, Brasil e Guiana se encontram e vemos um marco, uma pirâmide que tem em cada face, o nome do país que esta à sua frente. Eu queria, de alguma maneira alavancar a onipresença e acabei com essa foto hilária na tríplice fronteira.
Acampamos com todo o grupo em 3 acampamentos diferentes. O Coati, foi um deles, um lugar entre duas pedras enormes no qual, uma lagoa rodeada de plantas variadas aliados ao silencio da natureza, transformam o local em um pequeno paraíso e é repleto de historias e lendas sobre seus encantos.
Foi um enorme prazer ter voltado, 5 anos depois, ao monte Roraima. Mas minha maior alegria veio do que alcançamos com tudo isso. O mundo pode ser um lugar melhor e mais justo, mas depende do ato de cada um, precisamos lutar por isso. Há diversas maneiras de se fazer o bem. Esse trekking solidário foi uma experiência incrível onde exploramos lugares maravilhosos, viajamos, fizemos novos amigos e ainda por cima, ajudamos pessoas que precisam.
E é claro que esse foi só mais um trekking solidário. Em agosto estaremos de novo com o Gente de Montanha no Kilimanjaro, na Tanzânia. E quem vem com a gente? Maiores informações aqui.
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