“Karina, qual face do Everest foi a mais difícil de escalar?”
Essa é a pergunta que eu mais ouvi desde que voltei do Tibete, encarando mais de 20 horas de voo, 15 horas de estrada e 20 dias na montanha, sendo 6 aclimatando e 14 escalando. Tudo isso para realizar um novo sonho: Escalar novamente o Everest, só que dessa vez pela Face Norte.
Nossa expedição foi razoavelmente curta, nosso grupo foi o último a chegar ao Tibete por conta do Trekking Solidário no Nepal que fiz com o Gente de Montanha, que arrecadou fundos para a Escola no Vale de Pattle que o Instituto Dharma construiu no ano passado.
Dia 02 de maio pisei no campo base na China, a 5.300 metros. Só teria tempo de fazer 1 único ciclo de aclimatação, mas não estava preocupada com isso pois estava me sentindo forte e bem para escalar. Dia 11 de maio já tinha completado meu plano de aclimatação: fomos até 7.300 metros, pouco acima do Northcol que chamamos de Campo 1. Descansei alguns dias no campo base, comemorei meu aniversário lá (dia 14/05) e no dia seguinte (15 de maio) fomos para o Acampamento Intermediário. Logo no dia 16 estávamos no Acampamento Avançado (ABC). Esperamos por 1 dia a previsão do tempo melhorar, já que os ventos chegavam a 160km por hora! Tudo isso foi devidamente registrado e meus familiares e amigos estavam sendo avisados do nosso progresso montanha acima graças ao meu Gen3 da Spot.
Na noite do dia 20 às 23h partimos pro ataque ao cume. Toda madrugada do dia 21 mantivemos um ritmo bom e tivemos sorte que quando amanheceu, o dia estava lindo, com pouco vento. Mas apesar disso, as temperaturas estavam em -35ºC. E eu que já sou friorenta já senti meus pés congelando… A face norte é mais curta mas muito mais técnica que a sul. Há diversos trechos que você precisa ser um escalador de rocha experiente e os corpos dos que não conseguiram estão lá por todo caminho pra te lembrar disso!
Perdi aproximadamente uns 6kg durante a expedição e tive queimaduras de frio no rosto. Dormimos em uma parede com a maior ventania que já peguei na minha vida. O Pemba comentou que “estávamos dentro de um furacão” porque a velocidade do vento era igual ou maior! No meio do caminho tivemos que parar e convencer um homem que estava com edema cerebral e pulmonar a poupar sua própria vida. Foram muitos imprevistos, muitos percalços mas quando eu cheguei lá em cima, a primeira coisa que fiz foi AGRADECER, agradecer minha vida, minha saúde, minha família. A segunda foi apertar o botão do meu Spot Gen3 que foi quem comunicou a todos que nossa equipe estava sã e salva no topo do mundo!!! No fim da expedição tive a certeza de uma coisa: Não importa o ângulo, a vista do topo do mundo vai ser sempre a mais linda que já vi em toda minha vida.
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