Finalmente era hora de deixar a Grécia para trás… uma pena, pois amamos! A tripulação para a travessia foi composta pela Sarinha, Feijão, Zé Cassab, André Boaretto e eu. E não podíamos ter tido um time melhor. O Zé conta com mais de 30 anos de experiencia em vela e o Boaretto é uma daquelas pessoas que aprende super rápido, interessado e com vontade de acumular algumas milhas náuticas no curriculum. Para todos nós essa foi a travessia mais longa de nossas vidas e estávamos todos preparados para a aventura.
Essa semana já velejamos mais de 150 milhas náuticas e ainda temos mais 320 milhas na nossa frente. O plano é fazer a travessia em 3 dias e 2 noites, e queremos garantir que a gente chegue de dia na Sicilia, para conseguir achar um porto seguro para atracar. Com isso, deixamos Pilos bem cedinho, saimos com o nascer do sol nas nossas costas, foi um começo incrível.
O Boaretto achou no mapa umas ilhasinhas (Nisis Strofades) a umas 30-40 milhas da costa da Grécias e decidimos para no caminho para conhecer. Aparentemente apenas um monge habita toda a ilha ha vários anos, num monastério enorme que fica no topo. Avistamos o monastério e jogamos a âncora (em cima de umas pedras sem querer) e saímos para exporar. A água era cristalina e quentinha, uma delicia. Não chegamos a andar pela ilha, ficamos apenas nadando em volta do barco, e não vimos nenhum sinal de vida por lá. Na hora de ir embora foi que percebemos que a corrente da âncora havia se enroscado em volta de duas pedras enormes, e tivemos que mergulhar para tirar, no final até que não foi muito difícil, mas deu um belo susto. Não ia ter tanta graça ficarmos presos no meio do nada.
No primeiro dia não conseguimos velejar muito, fomos com o motor, mas os dias seguintes o vento estava perfeito conforme previsto e conseguimos ir com as velas içadas praticamente até a Itália. Andamos em média mais de 6 nós por hora e chegamos na Sicília até antes que o previsto.
O Feijão é um super companheiro e ele se comporta direitinho durante as travessias. E falando em boa companhia, para a nossa surpresa, descobrimos que era aniversário do Zé no meio da viagem, por sorte tinhamos champanhe a bordo, velas e até bexiga de aniversario, a Sarinha correu para fazer um bolinho de cenoura e improvisamos uma festinha de aniversario em alto mar.
Estamos começando a gostar cada vez mais das travessias longas, ver o pôr e nascer do sol em alto mar é incrível, e de noite, a lua e inúmeras estrelas cadentes… maior astral! E para completar, mais uma vez, fomos escoltados por golfinhos na chegada da Itália.
Agora, é hora de aproveitar a Sicília!